7 de nov. de 2012

Um dia de Cão


Primeiramente vou desejar a todos vocês que tenham um lindo dia e que vocês jamais passem o que eu passei ontem. No fim de tudo deu até vontade de rir, ma o problema foi sério.
     Tudo começou quando eu me levantei na sexta-feira para mais um dia de batalha e ainda por cima era feriado de finados. Quase que nem consegui me levantar porque o meu braço direito doía tanto que não deixava apoiar-me direito para sair da cama. Igual uma bola, tive de sair da cama rolando pro lado de fora. Então procurei rapidamente a caixa de remédios que já tenho para qualquer problema (não façam isso! Não tomem remédio por conta própria) e procurei por um antiinflamatório que é porreta pra qualquer "ite" que se tenha e eu achei que era tendinite, porque a dor começava no alto dos meus ombros e chegava até os dedos das mãos que ficaram dormentes e inchados. Eu nem conseguia fechar a mão. Graças a Deus que o outro lado não estava com defeito.
     E como eu disse, não tomem remédio por conta própria porque pode não dar certo para o que você tem e porque também pode te matar. No meu caso além de não dar certo ainda me deu uma bruta dor no estômago que me doía tudo.
     Resolvi então, depois da burrice de tomar qualquer coisa, procurar um médico para solucionar meu problema. Aí começou a saga.
     Cheguei ao hospital na Asa Sul que era conveniado pelo plano que eu tenho, mas não é mais. Depois de pegar a senha 217 e ficar esperando para fazer a ficha por mais de uma hora, o casal de senha 216 foi chamado pelo lindo painel eletrônico e eu fiquei toda boba porque enfim chegaria minha vez, O painel apagou. Simplesmente apagou, do nada. Meu filho deu a maior gargalhada e eu dei um tapa no braço dele e mandei parar de deboche. Quando o casal saiu da fila, como o painel não funcionava mais, o rapaz deu um grito bem alto: 217!!! Fui até ele e ele foi logo medindo minha pressão e perguntando qual era meu problema e etc.,, , quando eu falei do meu plano, ele tirou o trem da pressão do meu braço, pediu desculpas e falou que ali não aceitavam mais o meu plano. O hospital também tinha mudado de nome. Levantei-me da cadeira sem nem saber qual era a minha pressão e quando abri a porta o painel acendeu e apareceu nele 218. Meu filho deu outra gargalhada e eu morrendo de dor e de raiva fiz igual o Zé buscapé, resmunguei alguma coisa que nem eu mesmo entendi.
     Como eu estava com umas merrecas na carteira peguei o buzão e adiantei mais 6 longas quadras e fui para o Santa Lúcia porque lá eu tinha certeza que atenderia porque eu já tinha ido lá algumas vezes e era certo. Peguei uma nova senha, mas pra desencargo de consciência eu perguntei ainda na fila para o meu desespero porque a mocinha simpática da recepção disse “não atendemos mais seu plano, me desculpe”. Meu filho ia rir, mas entendeu. Dei meia volta no quarteirão já que eu estava no setor de hospitais e entrei no Santa Luzia que também atendia meu plano, atendia porque antes de pegar a senha eu fui logo perguntando e outra simpática me disse o que eu temia. Não atendemos mais seu plano, mas o Hospital Planalto atende. E onde fica. Na 914.
     Para quem conhece a Asa Sul e conhece o tamanho das quadras e está na 716 sabe o que é isso. Não dá pra pegar ônibus pra lá na 914 e andar é torturante.
     Meu filho resmungou e eu falei. Acelera porque estou com dor e é só por isso que vou fazer este sacrifício. Marchamos no sol quente, passamos por um pombo morto que estava caído na grama, atravessamos um monte de tesouras e chegamos lá, cansados, suados e Deus sabe lá mais o que.
     Peguei a senha para fazer a triagem e depois fazer a ficha e depois passar pelo médico. Estava na senha 37 e eu peguei a 38. Quase chorei de emoção As coisas estava melhorando. Nem mal sentei na cadeira para aguardar a chamada, a moça simpática da recepção chamou e 38 e lá fui eu toda boba.  Ela perguntou a especialidade que eu queria me consultar e eu disse a ela que pela dor que eu sentia e pelo local que era deveria ser ortopedista e ela disse com um lindo sorriso no rosto "hoje não temos ortopedista". Então eu sorri e falei pra ela que o clínico geral me bastaria, pelo menos eu não perderia a viajem. Negativo o senhor doutor clinico geral não atende casos que sejam de ortopedia. Argumentei com ela que ele poderia pelo menos me passar uma medicação para dor até eu achar um ortopedista. Ela levantou e foi lá falar com o tal doutor que nem veio me ver e mandou dizer que nada feito. Ele simplesmente não iria me atender.
      Deu-me vontade de xingar todo mundo, chorar, quebrar balcão, mas eu sou educada e o que fiz foi caminhar de volta pra casa de onde eu nem deveria ter saído, porque foi uma tarde toda inútil e o braço sem parar de doer.
     Na volta meu filho não ria mais. Tava com calor, tava com sede, tava cansado, tava indignado, tava danado da vida.
     Chegamos no ponto do ônibus na W3 sul e sem poder escolher muito tive de pegar o buzão para casa e viajar em pé, porque quando ele chega ali, não tem mais lugar pra sentar e fui me equilibrando da melhor maneira possível até chegar perto de casa, porque chegou no Park Way a uns 4 quilômetros de casa o ônibus pifou. Aí meu filho falou, caramba mãe tu é muito pé frio! E na mesma hora o telefone me lembrou que tava na hora de tomar remédio. E eu dei um tapão naquele alarme nojento, saí do ônibus junto com o povão e ficamos aguardando o próximo que aparecesse e lógico, se desse pra gente entrar, porque já ia passar ali abarrotado de gente.
      Achei melhor ligar pro meu marido para que ele nos pegasse ali porque era perto de casa e quando eu ia ligar, o maluco do cobrador chamou todo mundo de volta porque o motorista conseguiu fazer o ônibus pegar e foi aquele alvoroço. Quem tava sentado dessa vez foi em pé e vice-versa. Eu, papei mosca e continuei em pé. Cheguei em casa já à noite, com a mesma dor que eu tinha saído e a certeza de que não valeu a pena.
     E esse foi meu dia de cão. O Sus pode ser ruim, mas esses planos pagos deixam a desejar e muito.
     Tenham uma excelente tarde.


                        



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