4 de jan. de 2013

É preciso muito


É preciso que muita coisa aconteça na nossa vida para que ela fique tumultuada,
para que a gente fique atordoada, para que o desespero comece a tomar conta de nós,
da nossa alma, dos nossos gestos.
É preciso que o que aconteça seja muito sério,
desproporcional até mesmo aos pensamentos errôneos e absurdos que já tivemos,
as mais loucas imaginações que já tivemos,
aos piores horrores que um dia pensamos em passar,
as mais inconseqüentes alucinações febris que já passamos.
È preciso que o que nos atordoe,
seja muito estranho,
muito diferente,
muito inconseqüente,
para que as nossas forças falhem,
a nossa boca emudeça,
o coração dispare,
os olhos nada mais vejam.
É preciso que tenhamos nervos de aço,
coração feito de pedra
e cabeça bem certa no lugar para não enlouquecermos,
não cairmos,
não gritarmos,
não cometermos nenhum pecado.
E ainda se mesmo assim ficarmos vivos,
não mais viveremos.
E foi assim que a minha vida mudou quando te conheci.
Aliás, bastou eu olhar pra você e te amei assim que te vi.
Minha vida já estava tumultuada
e meio que atordoada vi me apaixonar por você
e para meu desespero vi esse sentimento se agigantar,
tomar um rumo que eu não queria, mas,
que não foi por meu comando que ele nasceu.
E vi o amor tomar conta de mim,
da minha alma,
dos meus gestos.
Meus pensamentos eram errados,
absurdos,
confusos,
desesperados e alucinados.
A cada noite um pesadelo quando eu deveria era sonhar
e ao invés de abraços, via garras monstruosas me arranhando o corpo
e me ferindo por inteira.
E já desfalecida acordava e gritava quase que por descuido, seu nome.
Eram só pesadelos, mas me doíam porque eram minha realidade oculta,
como era minha vida.
Monstruosa e infeliz.
Os dias passavam de teimosos que eles eram.
Preguiçosa e sem graça a vida também passava.
Não havia sol que me bastasse,
comida que me apetecesse,
nem motivos para que feliz eu fosse.
Pois você era o meu sol!
Eu tinha fome de você!
E era você o motivo do qual me faria feliz.
Mas era você, exatamente você que eu não poderia querer.
E não o teria.
Sentia-me desconfortável, traidora e infiel,
Embora nunca tenha sido.
Mesmo sem nunca ter sido,
Julgaram-me e me apedrejaram.
Falavam de mim como se eu fosse uma criminosa.
Olhavam-me como se fossem todos puros.
Passei a vida te amando em tom menor
Em sonhos e pesadelos que eu mesmo criava.
Tu nunca soubeste e por isso se foi.
E eu fiquei olhando pela janela
O resto da vida esperando você voltar.
Morri como morre uma rosa,
Aos poucos, lentamente e para sempre.





Um comentário:

  1. Leliane, querida, muito obrigada pelo seu carinho no Amanda Layouts. Fico muito feliz em ler palavras tão gentis sobre o meu trabalho, muito obrigada.
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    Bjs

    Amanda Fonseca

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