Hoje eu estava conversando com a minha filha sobre a violência que anda acontecendo nas escolas, brigas, pedofilia e falávamos de vários assuntos diferentes, até que surgiu um assunto por qual eu passei na minha infância e que na época me fez rir muito. Não tinha nada a ver com a nossa conversa inicialmente, mas ela tomou um rumo e começamos a falar de gente fofoqueira.
Lembrei-me de uma vizinha que eu tinha lá no morro de Honório Gurgel, que era muito fofoqueira.
Ela ficava atrás do portão, vigiando pelos buraquinhos de ferrugem tudo que acontecia na rua. Queria ver se pegava alguma coisa interessante, algum furo, sabe lá o que aquela mulher estava procurando.
Mas até então nós não sabíamos que ela fazia isso. Eu tinha mais ou menos uns 12 ou 13 anos, não me lembro bem. Eu, minhas irmãs e vários colegas, quase todos da mesma idade estávamos brincando na rua de pique bandeira e outras brincadeiras e já no final da noite por volta das 10 horas, ouvimos um barulhão e logo em seguida um gemido. Percebemos que o barulhão vinha da casa da “dona” e ouvimos quando a filha dela ficou gritando socorro pra acudir a mãe dela. De repente a vizinhança tava toda na porta da casa da “dona” e um dos meus colegas subiu no muro dela pra ver o que estava acontecendo e saiu de lá rindo e correndo pra espalhar pra gente. A mulher havia caído de cima de um latão que ela havia colocado atrás do portão pra nos vigiar e desequilibrou caindo com tudo no chão, fazendo aquele estrondo e acabou fraturando o braço.
Nós não queríamos, mas rimos muito porque ela poderia estar dentro de casa fazendo crochê, vendo TV ou dormindo, mas não, ela tinha que vigiar a rua e precisou cair pra todo mundo saber que ela era fofoqueira. Que coisa feia!
Depois de tudo passado e ela já tinha até tirado o gesso, toda vez que a gente ia falar da “dona” a gente se referia à mulher que caiu da lata porque tava fofocando. Até hoje eu lembro do barulhão e fico rindo quando lembro dos gemidos. Se eu fosse ela me mudava de lá rapidinho, porque fofoqueira foi o apelido mais light que ela ganhou depois disso, sem contar que tinha vergonha de olhar pra qualquer vizinho quando passava pela rua. Ô meu pai!
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