29 de nov. de 2009

Brancos e negros - Pedro Bandeira




Brancos e Negros
(Pedro Bandeira)


Os Brancos são muito diferentes dos negros.
Mas depende do branco e depende do negro.
Na minha caixa de lápis de cor
o branco não serve pra nada.
Só o preto é que serve para desenhar.
Por isso, os dois são muito diferentes.
Tem o giz e tem o carvão.
Eles são iguais.
Os dois servem pra desenhar.
Com o giz, a gente desenha na lousa.
                                  Com o carvão, a gente desenha um bigode
na cara do irmão,
para a festa de São João.
Nesse negócio de música,
não tem branco.
Só tem preto,
porque música mora em disco
e todos os discos que eu conheço
são pretos .
Nunca ví um disco branco.
O papel é branco.
Papel preto é chamado carbono
e copia por baixo
tudo o que a gente escreve por cima.
A noite é preta,
mas o dia não é branco.
O dia é azul.
Então o preto da noite é só da noite
Não é igual nem diferente de nada.
O leite é branco e o café é preto.
De café eu não gosto,
Também não gosto de leite,
quando ele está branco.
Prefiro misturar com chocolate.
Aí o leite fica marrom.
Marrom como minha amiga.
Outro dia me disseram que ela é negra,
mas ela é marrom.
Eu estou com raiva dela,
porque ela tirou
uma nota melhor que a minha
na prova do mês.
Mas eu não quero ser diferente dela.
Vou estudar bastante.
Na próxima prova,
eu e ela vamos ficar iguais.




4 comentários:

  1. Esta poesia foi muito útil para mim, estava procuradno a horas pelo google algo para colocar na prova das minhas crianças...
    Força sempre!
    Paola Massa
    artinmao.blogspot.com.br

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  2. Que bom que você gostou e aprovou o texto que para mim identifica muito o preconceito que jamais deveria existir. Não falo só de preconceitos raciais mas todos que vemos por todos os cantos. Sou despreconceituosa de tudo e olha que essa palavra nem existe, mas nao colho preconceitos. Somos iguais em todos os cantos do mundo. Obrigada pela visita.

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  3. gostei do seu poema ,eu tenho 12 anos e fiz um poema sobre A Branca e o Negro :
    Um negro solitário
    nas ruas sem comer
    um homem escapulario
    sem coragem de dizer
    me ajudem por favor
    na rua de salvador

    Uma branca aparece
    querendo ajudar
    o negro agradeçe
    um lugar para morar
    mas a branca acostumou
    o negro em sua casa
    e ela descobriu
    que apaixonada estava

    A branca decidiu
    admitir o seu amor
    o negro então sorrio
    pois amava com paixão

    E ao amanhecer
    um casal muito bonito
    começou a se conheçer
    decidiram se casar
    e formar uma familia
    ele vão sempre se amar
    negra branca branca negra


    ficou bom ?

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    Respostas
    1. Sabrina ficou ótimo. Continue assim. Você é uma grande poetisa.E obrigada por partilhar sua poesia no meu blog. Olha Sabrina, esse poema dos Negros e Brancos não fui eu quem fiz, esse é do Pedro Bandeira. Mas eu tenho as que fiz e se você quiser ler, clica em Marcadores e no nome poesias Leliane e outros. E sempre que quiser apareça e deixe um recadinho. Eu gostei muito da sua visita e principalmente do sua poesia. Beijos.

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